Projetos de Extensão colaboram com o Museu de Paleontologia de Fernandópolis
O museu já recebeu mais de 3000 visitantes de mais de dez estados desde a inauguração
Estudantes da EMEF Pedro Malavazzi em dia de visitação ao museu [Fotografia: arquivo pessoal de Carlos de Oliveira]
O Campus Votuporanga do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) colaborou com a implantação do Museu de Paleontologia de Fernandópolis, inaugurado dia 19 de dezembro de 2024 em espaço reformado na antiga estação ferroviária daquele município. De agosto a dezembro, 2 estudantes atuaram como bolsistas em projeto de Extensão liderado pelo servidor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, professor de biologia do campus e doutor em paleontologia.
Maria Laura Passos Motta e Marcius Gabriel Scriboni da Costa Arantes, estudantes do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, produziram as fichas de identificação dos fósseis e ajudaram nos preparativos dos mostruários. “Sempre fui interessada em arqueologia e paleontologia, foi incrível poder pegar os fósseis na mão e pesquisar sobre cada um para fazer as fichas”, diz Maria Motta com orgulho.
Para o professor Carlos Eduardo de Oliveira, o museu é a materialização de um sonho antigo. “Um sonho de 20 anos e 8 meses realizado”, afirma. Em 2025, a próxima etapa de colaboração do IFSP será de auxílio à difusão do conhecimento paleontológico do acervo para os visitantes, em novo projeto de Extensão que também contará com estudantes dos cursos regulares do Campus Votuporanga. O docente do IFSP também será curador do museu.
A estudante Maria Motta em atividade no projeto de Extensão que subsidiou a implantação do museu [Fotografia: arquivo pessoal]
Acervo
O Museu de Paleontologia de Fernandópolis reúne mais de 180 peças de fósseis de vertebrados, invertebrados e plantas, coletados no noroeste paulista, além de fósseis de outras regiões do país. O grande destaque do acervo é um fóssil de Baurussuquídeo, de 80 milhões de anos, descoberto na cidade em 2010, e que retorna a Fernandópolis-SP depois de mais de uma década de preservação na Universidade de Brasília (UnB), onde serviu como material para diversas pesquisas científicas.
Baurusuchus pachecoi de 80 milhões de anos é a grande atração do museu [Fotografia: arquivo pessoal de Carlos Eduardo de Oliveira]
A espécie viveu no atual noroeste paulista quando na flora da região predominavam as plantas sem frutos (gimnospermas e pteridófitas), não havia grama e o clima era quente (semi-árido). Predador terrestre de primeira linha, teve um ancestral que viveu no supercontinente da Gondwana, que se fragmentou em América do Sul, África e Oceania.
Também viveu na região o Abelissaurus, um dinossauro carnívoro, cujos dentes estão no acervo, que conta com um painel de 7x4 metros ilustrativo do paleoambiente da época:
Painel do Museu de Paleontologia de Fernandópolis [Fotografia: arquivo pessoal de Carlos Eduardo de Oliveira]
O acervo do museu corrobora a tese célebre do pesquisador Alfred Wegener de que todos os continentes do planeta já estiveram unidos um dia em um supercontinente, chamado por ele de Pangea, pois conta com um fóssil de mesossauro de 254 milhões de anos.
Fóssil de mesossauro de 254 milhões de anos em exibição no museu [Fotografia: arquivo pessoal de Carlos Eduardo de Oliveira]
Visitação. O Museu de Paleontologia de Fernandópolis está localizado na Rua João Gosselein, número 1470, Bairro Santa Rosa. A entrada é gratuita e os horários para visitação são de terça à sexta das 9h às 11h e das 13h às 17h. Aos sábados, a população pode visitar o acervo das 13h às 19h. O telefone para contato é 17 3442-3797. O museu é mantido pelo poder público municipal de Fernandópolis-SP.
Espaço do Museu de Paleontologia de Fernandópolis [Fotografia: arquivo pessoal de Carlos Eduardo de Oliveira]
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