Estudante de Sistemas de Informação ministra palestra em evento de fintech multinacional
João Augusto Lanjoni é egresso do Ensino Médio profissionalizante do IFSP e falou sobre programação funcional a convite do Nubank
Em ação, Guto Lanjoni fala sobre Alonzo Church, autor basilar para a Programação Funcional [fotografia: assessoria do Nubank]
Uma aproximação entre a programação funcional e a orientada a objetos, baseada em linguagens de programação e para além do meio acadêmico? Foi o que João Augusto Lissoni Lanjoni sugeriu em palestra na 6ª edição do Meetup de Engenharia de Software da fintech Nubank, cujo tema principal foi Programação Funcional. A participação aconteceu dia 25 de abril para uma plateia de entusiastas do tema, na sede Pinheiros da empresa, localizada na zona oeste da capital paulista.
Apresentado pela anfitriã Ana Carolina Silva Nappo como Guto Lanjoni, o estudante do 3º ano do Bacharelado em Sistemas de Informação expôs o retrospecto histórico da programação funcional a partir de 1936, quando o professor de matemática Alonzo Church publicou um artigo sobre o cálculo lambda, um sistema formal que estuda funções recursivas, utilizado como base para o surgimento do Lisp, a primeira linguagem de programação funcional, criada por John McCarthy, em 1958. “A programação funcional encontra a POO [Programação Orientada a Objetos] com seu potencial de evitar e controlar efeitos colaterais indesejados, possibilitando o uso de estruturas de dados persistentes”, explicou. Na prática, “no mundo real, isso pode ocorrer quando uma 'funcionalidade' faz ou não o que deveria, modificando valores externos indesejados, como quando um correntista do Nubank realiza uma transação bancária pelo aplicativo de telefonia móvel e em casos indesejados o valor é alterado de forma incorreta”, exemplifica à reportagem.
Nathally Souza, Sophia Velten, Guto Lanjoni e Ana Carolina Nappo [fotografia: assessoria do Nubank]
Guto Lanjoni foi elogiado pela anfitriã Nathally Souza por ter trazido aspectos e personagens históricos da Tecnologia da Informação, algo que é mais comum em outras áreas. Durante a roda de conversa com a plateia, comentou sobre a importância de se ter uma rede de amigos para a atualização constante na área. “Há comunidades que fornecem conteúdo. Se você quer, se você tem vontade, comece fazendo o que você pode, e publique, pois todo conteúdo é válido, todo conteúdo que você disponibilizar pode ser útil para álguem”, disse a um convidado.
O Nubank é uma das primeiras startups brasileiras e está em atuação desde 2013, tendo mais de 100 milhões de clientes. Antes de Guto Lanjoni, apresentou-se a Sophia Velten, Senior Staff Engineer do Nubank desde 2017, com quem dividiu palco para a interação com a plateia. Assista à palestra intitulada “Pensando Funcional em um Mundo de Objetos”, proferida pelo estudante do Campus Votuporanga:
Os slides da palestra podem ser acessados clicando aqui.
'Cria do IF' em movimento
“Se você tem uma vaga para engenheiro de software, o que te faz diferente? Programar, todos que aplicaram sabem... O que te difere dos demais?”
O convite para a palestra no Nubank veio pela plataforma LinkedIn, em razão de sua rede de contatos profissionais [imagem: print de tela do YouTube]
Guto Lanjoni cursou o Ensino Médio no Campus Votuporanga de 2019 a 2021, Integrado ao Técnico em Informática, tendo participado de projeto de extensão de outubro de 2020 a fevereiro e 2021 para apoio e suporte a estudante de sua turma com Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) durante o ensino remoto emergencial, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. “Pude desenvolver muito bem os pontos dos quais ressalto sobre oratória e conteúdo. Hoje, produzindo conteúdo educacional, vejo que foi um ponto essencial também, ajudando-me a ilustrar melhor situações e melhorando a comunicação no geral”, reflete.
Em 2022, ingressou no Bacharelado em Sistemas de Informação e em startup de tecnologia que atua no ramo de engenharia civil, trabalhando desde então como engenheiro de software. “A gente produz softwares para controle de dados e acompanhamento de obras”, conta. Para Guto Lanjoni, a formação como Técnico em Informática no IFSP foi essencial para a conquista desse posto de trabalho já no começo da graduação. “Da base sólida que tive com desenvolvimento, lógica de programação, gestão e empreendedorismo, criação de aplicações web e gerenciamento geral de bancos de dados com modelagem, consegui”, afirma.
Turma do curso de Sistemas de Informação no Roadsec 2023 [fotografia: acervo pessoal de Guto Lanjoni]
O acadêmico ajudou a organizar as duas últimas edições (2022 e 2023) do Congresso de Tecnologia e Sistemas de Informação, o Cotesi, fomentado pelo curso de Sistemas de Informação. Também tem participado de eventos da área de tecnologia, como o Roadsec, maior festival hacker da América Latina, e LatinoWare, Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas.
A partir de 2024, passou a participar mais ativamente da comunidade internacional Clojure Camp e ajudar na organização da comunidade Clojure Brasil, ambas voltadas para a programação funcional com clojure, linguagem utilizada pelo Nubank. Guto Lanjoni destaca que a produção de conteúdos e gerenciamento de comunidades já são cargos importantes no meio de tecnologia, por exemplo: Developer Advocate, Developer Relations e Community Manager. “E dentro de empresas é cada vez mais comum ter um board interno com conteúdos internos, de aprendizado e de boas vindas a novos membros… a visibilidade por conteúdo é algo que pesa muito”, frisa.
Perguntado se os materiais educacionais e mentorias que produz para comunidades de programadores apontam para uma trilha docente no futuro, o estudante do IFSP responde que pensa em cursar mestrado na área no futuro, estando neste momento focado no mercado de trabalho para vivência prática. “Se você tem uma vaga para engenheiro de software, o que te faz diferente? Programar, todos que aplicaram sabem... Em quais situações você foi essencial, não apenas como profissional, mas, como pessoa?... O que te difere dos demais?”, indaga. “Por isso enfatizo que as habilidades de comunicação, expressão, trabalho em equipe valem tanto, e claro: empatia; a cultura de uma empresa vai enfatizar muito isso”, finaliza.
Guto Lanjoni com a delegação do Campus Votuporanga no LatinoWare [fotografia: acervo pessoal de Guto Lanjoni]
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