Júri Simulado: Atividade na disciplina de Química aborda o Meio Ambiente e estimula a argumentação de maneira transversal
Simulação de júri popular sobre suposto crime ambiental envolveu os cursos técnicos integrados
Estudantes do terceiro ano do curso Técnico em Edificações [foto: arquivo pessoal]
No último dia 10 de novembro, os estudantes dos terceiros anos dos cursos técnicos em Mecatrônica e Edificações integrados ao Ensino Médio realizaram, sob a supervisão e orientação da professora de química Maria Elisa Furlan Gandini Castanheira, um júri simulado, que debateu um caso de impacto ambiental com vazamento de resíduos radioativos.
O caso que esteve em julgamento no tribunal montado foi criado pelos estudantes a partir de um fato que, historicamente, ocorreu na França, na cidade de Blayais, em 1999. Dentre os objetivos principais, a atividade intencionou aprofundar conhecimentos na área de Química; refletir sobre a necessidade de desenvolver a preservação ambiental; aprimorar a argumentação e a criatividade; estimular o trabalho em equipe; vivenciar, na prática, uma situação comum na área do Direito.
A Professora Maria Elisa explica que houve 2 julgamentos, 1 em cada sala envolvida. Os estudantes se dividiram em promotoria, defesa e júri. Os argumentos de defesa e acusação foram meticulosamente estudados pelos grupos previamente, mas um grupo não conhecia os argumentos do outro, o que conferiu muita veracidade ao júri popular. Na atividade do 3º Edificações, a defesa conseguiu a absolvição da empresa envolvida no acidente radioativo. No tribunal do 3º Mecatrônica, pelo contrário, após uma artimanha documental armada pela promotoria, a empresa foi condenada.
Estudantes organizaram figurino, cenário e, inclusive, teatralizaram a atividade [foto: arquivo pessoal]
Na avaliação da professora Maria Elisa, os estudantes se saíram muito bem, já que todos os objetivos foram plenamente alcançados. “O que torna esse tipo de trabalho muito interessante é o protagonismo do aluno na construção da argumentação científica, desmistificando a temática da energia nuclear em uma diversidade de contextos, tais como: sua utilização, relatos de causas e consequências do acidente, protocolos de segurança e cuidados, dentre outros que eles debateram muito bem durante a atividade. Além disso, permite a interação entre os próprios alunos e incentiva os estudantes a se posicionarem criticamente e de maneira fundamentada sobre o tema, ressignificando conceitos teóricos aprendidos em sala de aula”, observa a docente.
O professor Eduardo Catanozi ressaltou que, além de todos os conteúdos de Química aprendidos pelos estudantes, também foram desenvolvidas competências e habilidades na área de linguagens, como variação linguística (já que os estudantes imitaram o registro próprio dos tribunais e também a maneira de comunicação das testemunhas), gêneros discursivos (quando os estudantes reproduziram peças documentais), e, sem dúvida, a argumentação, pois os estudantes preparam previamente os seus argumentos de defesa e de acusação, mas também tiveram de pensar rapidamente para contra-argumentar de improviso.
Professora Maria Elisa e professor Eduardo Catanozi [foto: arquivo pessoal]
"Atividades como essa comprovam que a aprendizagem fica mais significativa para os alunos quando eles se dão conta de que os conteúdos estudados em sala de aula possuem aplicabilidade em diversas situações. Também demonstram que a interdisciplinaridade não é apenas um conceito utópico da pedagogia, mas um caminho plenamente viável que contribui, substancialmente, para o processo de ensino e aprendizagem", conclui Catanozi.
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