Professor encontra fósseis de crocodilo que viveu há 80 milhões de anos
Os fósseis foram encontrados durante escavações na região de Fernandópolis e Jales
Há duas semanas, uma equipe de escavadores formada pelo professor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, da área de Biologia do Câmpus Votuporanga, pelo professor da UNB Rodrigo Sanducci e por alunos de mestrado e doutorado da mesma universidade encontrou um crânio e uma mandíbula completos de um Baurusuchus pachecoi, espécie de crocodilo pré-histórico do período Cretáceo Superior, de 80 milhões de anos atrás.
Os fósseis foram encontrados no afloramento da região de Fernandópolis, Jales e Auriflama, local que, segundo Cadu (como é conhecido o professor Carlos Eduardo), possui a maior concentração de ninhos de crocodilos fósseis do mundo. "Já identificamos mais de 23 ninhos com cascas de ovos, ovos fossilizados e outros fósseis que ainda são mantidos em segredo e serão revelados em breve quando publicarmos nosso sétimo artigo científico internacional sobre o tema”, conta.
Doutor em Geologia Regional, Cadu explica que os fósseis encontrados auxiliam pesquisas e trazem informações valiosas para a paleontologia brasileira e mundial. Esses fósseis também são utilizados pelo professor em suas aulas de Geologia ministradas aos estudantes do 5º semestre do curso de Engenharia Civil do Câmpus Votuporanga. No ano passado, inclusive, Cadu orientou um TCC de uma aluna do curso, que fez um mapeamento das feições geológicas da região de Fernandópolis, Jales e Auriflama, incluindo afloramentos com fósseis.
O professor explica ainda que é muito comum que fósseis sejam encontrados e destruídos durante grandes obras rodoviárias e ferroviárias. Nesse sentido, ele costuma orientar os futuros engenheiros sobre a relevância ambiental do tema. "É importante que engenheiros saibam reconhecer um fóssil e, caso encontrem um, comuniquem paleontólogos ou a Agência Nacional de Mineração para que o resgate dele seja feito."
Cadu faz questão de frisar que fósseis devem ser objetos de pesquisa em centros acadêmicos e exposições em museus. "Eles nunca devem ser guardados em casa, e muito menos serem comercializados, prática proibida no Brasil e considerada crime." Dessa forma, ele reforça que quem encontrar fósseis deve comunicar os pesquisadores autorizados a trabalharem na área, a Agência Nacional de Mineração ou uma universidade pública ou instituto federal de Educação.
(Notícia publicada no portal do IFSP no dia 14 de dezembro de 2021).
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