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Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, palestra no câmpus debate a desigualdade de gêneros

Publicado: Segunda, 12 de Março de 2018, 18h29 | Última atualização em Segunda, 12 de Março de 2018, 18h29 | Acessos: 1146

A fala foi proferida pela Profa. Ma. Nínive Daniela Guimarães Pignatari aos alunos dos cursos diurnos do Câmpus Votuporanga


  

No último dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, a Profa. Ma. Nínive Daniela Guimarães Piganatari proferiu a palestra “Misoginia: construção histórica da desigualdade de gêneros”. Estavam presentes alunos dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e todas as salas dos cursos técnicos integrados do câmpus.

A Profa. Nínive é doutoranda em Linguística pela Pontifícia Universidade de São Paulo, Mestra em Teoria da Literatura pela Unesp de São José do Rio Preto e Especialista em Direito Empresarial pela Unirp de São José do Rio Preto. Possui formação na área de Letras e no Direito. Atualmente, é professora de cursos de graduação e de pós-graduação na Unifev, onde também coordena o Núcleo de Tecnologias Educacionais.

De acordo com a Profa. Nínive, as diferenças entre homens e mulheres têm início já nos textos mitológicos, como, por exemplo, na história de Pandora da Mitologia Grega, e de Eva, dos escritos judaico-cristãos. “Também em vários momentos da História da Arte, a arte que representa as mulheres é feita pelos homens e para os homens. Na Medicina, o nome “doença venérea” vem de Vênus, como se a mulher transmitisse as doenças. Segundo a filosofia neoaristotélica, que comandava a prática médica, isso se devia ao fato de o homem possuir mais “calor vital”. Os costumes também reproduzem comportamentos machistas. O pai, por exemplo, é quem entrega a noiva. Sob o cavalheirismo, há o pensamento de que a mulher é frágil e precisa de um provedor. No trânsito, há a falsa crença de que a mulher dirige pior que os homens. Há machismo também nos memes, na música, nos contos de fadas, na linguagem, em frases de alguns filósofos, na literatura, na mídia (as revistas ensinam as mulheres a serem lindas e magras), na publicidade e na economia: o homem costuma ser mais bem pago que a mulher e a mulher não tem acesso a todos os cargos e funções”, explanou.

Na sequência de sua palestra, mostrou números de mortalidade, rendas, salários e horas de trabalho das mulheres no Brasil e em comparação com outros países. “Um dos refrigérios atuais é o bolsa-família, pois 93% dos cartões são destinados às mulheres.Outros avanços foram A Lei Maria da Penha; a Secretaria de Políticas para as Mulheres (ligue 180) e a nova lei do Feminicídio (Lei 13.104/15, qualificado o homicídio quando realizado contra mulheres em razão do gênero (também conhecido como feminicídio) e o inclui no rol de crimes hediondos)”.

Ainda de acordo com Nínive, no direito, até 1962, as mulheres casadas só podiam trabalhar fora de casa se o marido permitisse. Em troca da proteção do casamento, os elaboradores do Código estabeleceram o homem como o chefe da família. Até pouco mais de um século, leis em todo o mundo impediam que a mulher tivesse propriedades, inclusive intelectuais.

No final da palestra, apresentou alguns dados alarmantes (Atlas da Violência 2017 - Ipea):

  • 1,2 milhão de processos tramitaram na Justiça em 2016 em Processos de violência doméstica contra a mulher.
  • Em 2016, tramitaram 13,5 mil processos de feminicídio. Foram registrados 2.904 casos novos de feminicídio. A cada 11 minutos há 1 estupro de mulher. A cada 2 horas,1 mulher é assassinada. 503 mulheres são vítimas de agressão a cada hora. Há 5casos de espancamentos a cada 2 minutos. O Brasil está em 5º lugar entre os países onde mais mulheres são assassinadas.
  • 78% das mulheres já sofreram assédio na rua.
  • 37% das jovens já tiveram relação sexual sem camisinha por insistência do parceiro.
  • 9% das mulheres já foram obrigadas a fazer sexo quando não estavam com vontade.
  • 30% dos homens e 20% das mulheres concordam em que as garotas que usam decote e saia curta estão se oferecendo.
  • 68% dos jovens consideram incorreto uma mulher ir para a cama no primeiro encontro.
  • 48% dos rapazes dizem achar errado a mulher sair sozinha com os amigos, sem a companhia do marido, namorado ou “ficante”.
  • 76% dos entrevistados acham errado uma mulher ter vários “ficantes”.
  • 38% acreditam que as mulheres com vários parceiros são apenas para ficar e não para namorar.
  • 80% acredita que a mulher não pode ficar bêbada na balada.
  • 43% já viram a mãe ser agredida pelo parceiro.
  • 64% já praticaram agressão.
  • O índice de assassinato de mulheres negras é maior do que o de mulheres brancas.

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Dia da Mulher 2

 

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