Dia internacional da mulher: 4 mulheres do câmpus contam as suas histórias
Quando começamos a escrever esta matéria em homenagem às mulheres do câmpus, resolvemos eleger 4 delas como representantes de todas as outras: uma professora, uma aluna, uma auxiliar de limpeza e uma servidora técnico-administrativa. Até aí, não tínhamos noção do material que teríamos em mãos. Depois das entrevistas, estávamos diante de 4 histórias excelentes e tão ricas que foi muito difícil selecionar passagens das vidas dessas mulheres para caber neste texto. 4 histórias de luta e superação de mulheres do câmpus, que lutam pelos seus objetivos e que depositam amor em tudo o que fazem. Fica, pois, nossa singela homenagem.Feliz dia 8 de março e uma feliz vida como mulher a todas!
Maria Aparecida Sousa Alvez, auxiliar de limpeza do câmpus, passou por diversas dificuldades. Perdeu o pai aos 6 anos em uma viagem de ônibus. Como a mãe passou por problemas psíquicos, entregou Maria Aparecidaa uma família para que a criassem. De lá para cá, viveu de favores com outras famílias. Aos 12 anos, uniu-se a um marido, com o qual teve 4 filhos. Sofreu muitas agressões físicas desse marido e, aos 24 anos, depois de passar por diversas situações muito difíceis, conseguiu separar-se dele. “A melhor parte da minha vida, as minhas bênçãos, são os meus filhos. Consegui não transmitir a eles as minhas dores e as minhas dificuldades. A pior parte da minha vida foi ter perdido um filho, com 5 anos, afogado em uma represa. Superar isso foi muito difícil: entrei em depressão e nunca parei de trabalhar. Como a vida tinha de prosseguir, segui adiante”. Hoje, Maria Aparecida tem 14 netos, “minhas sementes que são abençoadas por Deus!”, tirou carteira de motorista, conseguiu comprar um carrinho, entende um pouco de computação e usa celular. “Não tive estudo, mas estou em constante aprendizagem e superação. Penso que ser mulher é superar, a cada dia, muitos problemas: me considero uma batalhadora e nunca deixei que ódio e rancor fizessem parte do meu coração. Sou uma mulher de Deus e a ele também dedico a minha vida!”, finalizou.
A Assistente em Administração do Câmpus Votuporanga Alessandra Aparecida Bermuzzi é um exemplo feminino de superação. Cresceu em um ambiente familiar conturbado, tendo de passar por dificuldades financeiras e pela separação dos pais. Depois, tornou-se mãe e, como no caso de seus pais, seu casamento também não se manteve. Casou-se mais uma vez e, mais uma vez, separou-se. Conta que, nos empregos pelos quais passou, sofreu algumas situações de assédio. A depressão era o fantasma que insistia em assombrar a sua vida. Encontrou em um treinamento de Programação Neurolinguística algumas das respostas que buscava: “Esse treinamento mudou toda a minha vida, de dentro para fora e para o resto desta vida”. Quando achou que sua vida já estava estabilizada e que já tinha passado por problemas demais, em janeiro de 2016, durante exames de rotina, recebeu o terrível diagnóstico: estava com câncer de mama! “Não me abalei muito, ainda que minha família inteira tenha entrado em desespero. Procurei manter a calma e aceitar aquela prova, não tornando aquilo um pesadelo. Graças a Deus, o tratamento contra o câncer surtiu resultados positivos. Hoje retornei ao meu trabalho, que eu amo, e procuro cuidar bastante do meu lado espiritual e emocional. Estou até me preparando para retornar às atividades físicas; vou nadar e dançar! Agradeço a Deus pela filha maravilhosa, minha companheira que sempre está ao meu lado”, contou.
Rafaela Coutinho de Oliveira Santos, aluna do 1º ano do Curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal – Câmpus Votuporanga, considera-se uma pessoa muito esforçada e corre atrás de seus sonhos. Concluiu o Ensino Médio em 2016. De lá para cá, por vários motivos, já tentou ingressar em 3 cursos de nível superior, mas nunca com êxito. Estudou muito para conseguir seus objetivos, conciliando trabalho e estudos e hoje se sente orgulhosa por estudar no Instituto Federal. Por sempre gostar da área de exatas, sentiu, algumas vezes, que os meninos não a recebiam muito bem e que consideravam a área “mais própria para homens que para mulheres”. “Nunca senti o machismo tão diretamente, mas, por alguns comentários, sempre percebi que as mulheres não têm o mesmo reconhecimento que os homens. Sempre me espelhei em mulheres como Marie Curie, uma química que estudou radioatividade e que morreu justamente por sua exposição a ela, mas que até hoje não é tão conhecida como outras figuras de homens de renome, como Albert Einstein e Charles Darwin”, explicou.
A professora Juliana de Fátima Franciscani está, hoje, em seu sexto mês de gestação. Há três anos, já havia passado pela experiência de ser mãe, pela primeira vez, de um menino: o Arthur. Hoje, aguarda a chegada de Clara. “Ser mãe é possuir um amor que, até então, não sabíamos que tínhamos. É passar pela experiência de sempre desejar o melhor para o filho, querendo protegê-lo e dar os ensinamentos de que ele necessita, viabilizando que ele tenha suas próprias decisões, cabendo aos pais o papel de orientá-lo em suas escolhas, primando sempre por princípios éticos, morais e de apresentar a ele um modelo de família baseado em muito respeito e amor. Com relação à nova experiência de maternidade, Juliana contou: “Agora serei mãe de menina e tenho os mesmos medos e as mesmas preocupações daquelas que tive – e que tenho até hoje –com o meu filho. Não espero criar uma princesa, mas uma guerreira que esteja pronta a enfrentar todas as adversidades da vida. Para mim, o sexo não importa na criação, já que os valores devem ser os mesmos. Tenho muita sorte de ter um marido ótimo em casa que não apenas me ajuda: ele participa da criação dos meus filhos, assumindo a divisão de responsabilidades. Nós dois estamos acompanhando os nossos filhos. Para o futuro, desejo que eles sejam felizes e que, acima de tudo, saibam discernir o certo do errado e aí é que entra o nosso papel como pais”, contou.
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