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Banda "Sonho Ótico" realiza apresentação no Instituto Federal

Publicado: Quinta, 27 de Julho de 2017, 21h13 | Última atualização em Quinta, 27 de Julho de 2017, 21h13 | Acessos: 1137

Além da apresentação musical, músicos deram depoimentos sobre sua história de vida como deficientes visuais

 

Na tarde de quinta-feira, 27 de julho, os alunos do Instituto Federal foram recebidos com a palestra-show “É Coisa Nossa: Música, Inclusão e Cidadania”, apresentação musical da banda “Sonho Ótico”, formada apenas por integrantes cegos. Na ocasião, entre uma música e outra, os integrantes explicaram um pouco sobre como é a vida de uma pessoa sem visão.

De acordo com o Prof. Me. Newton Flávio Correa Molina, um dos organizadores do evento, a ideia de trazer a banda surgiu como uma alternativa a problemas observados durante o 1º semestre letivo, momento em que muitos estudantes procuraram a Coordenadoria Sociopedagógica do Instituto Federal mostrando-se bastante desmotivados. “Acredito que a música e o relato de superação podem motivar os jovens a enfrentar obstáculos do dia a dia”, explicou. “Conhecer as histórias pessoais dos integrantes da banda é uma oportunidade singular, mas é apenas algo a mais, pois a banda possui uma enorme qualidade artística: som de primeiríssima qualidade!”

Para o músico Rafael Aguiar Lopes, apesar de todo o amparo dado pelas leis de inclusão, ainda há muitos obstáculos a serem superados. “A inclusão tem de ser feita de forma universal, e não apenas por uma obrigação de incluir. Por exemplo, quando uma empresa contrata um portador de necessidades especiais, o empregador deve contar com o trabalho deste para que não se sinta inútil ou apenas um enfeite”.  E acrescentou: “Tanto o ambiente de trabalho quanto qualquer ambiente deve ser preparado para receber pessoas com necessidades especiais, como possuir piso tátil, rampas de acesso e sinalizações em braile”.

“Muitas pessoas são desinformadas e não sabem como auxiliar um deficiente visual na locomoção. Outras pessoas, ainda, não promovem a inclusão por medo”, avaliou o músico Nei Cândido dos Santos.

De acordo com o baterista Rogério Pinheiro, “Viver de música neste país não é fácil. Viver de música e ser cego é ainda mais difícil”.

Durante a apresentação, os músicos desenvolveram também uma dinâmica com os alunos: três estudantes tiveram seus olhos vendados e se locomoveram utilizando a bengala longa, enquanto cada um era guiado por um colega sem a venda. Carlos Eduardo da Silva Miranda, aluno do 1º período do Ensino Médio Integrado em Mecatrônica que participou da dinâmica, relatou: “A experiência é muito estranha, pois se perde a noção do espaço onde se está. Deu para sentir algumas dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais, como, por exemplo, os obstáculos”.

Em sua apresentação, a banda trouxe também o cão-guia Titã, que logo ganhou a simpatia de toda a plateia. “Muita gente confunde cão-guia com Google Maps. Ele não leva até o endereço: é treinado para desviar de obstáculos e tirar o deficiente visual de situações de risco”, explicou o músico Nei Cândido dos Santos. 

O evento contou também com a participação de alguns assistidos do IDAV Votuporanga – Instituto de Deficientes Audiovisuais, que, no câmpus do Instituto Federal, são alunos do Projeto Arte do Origami, projeto de extensão desenvolvido pelo coordenador de Tecnologia da Informação do câmpus Carlos Eduardo Alves da Silva.

Para Jéssica Giolo Puerta, aluna do 1º ano do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Edificações, a banda tem uma história de vida muito bonita e uma carreira brilhante pela frente, pois os artistas inspiram as pessoas por meio da música e de seus relatos de superação.  “Após a apresentação, me sinto motivada para viver e não desperdiçar as oportunidades”, contou.

Quem desejar conhecer um pouco mais do trabalho da banda pode acessar o Canal do Youtube “É coisa nossa” e visitar o Instagram @sonhootico.

 

 

 

 

 

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